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D. Afonso III

D. Afonso III (n. em Coimbra a 5 de Maio de 1210, m. a 16 de Fevereiro de 1279), quinto Rei de Portugal, segundo filho de D. Afonso II e de D. Urraca, cognominado O Bolonhês. Subiu ao trono por morte de seu Irmão D. Sancho II em 1248.


D. Afonso partiu para a Dinamarca aos 18 anos, acompanhando a sua irmã D. Leonor, que seria desposada pelo rei Valdemar III. Mais tarde, integra a corte da sua tia materna, a rainha D. Branca de Castela, esposa de Luís VIII. Aqui completa a sua educação e é armado cavaleiro. Adquire também o seu título de Conde de Bolonha por casamento com Matilde de Bolonha, herdeira do condado.

O prestígio adquirido por D. Afonso na Corte francesa leva a que, perante a desordem administrativa que grassava em Portugal e a hostilidade das classes privilegiadas contra D. Sancho II, o seu nome surja como desejada alternativa para o governo do país. Assim, em 1246, o Conde de Bolonha desembarca em Portugal, assumindo a regência do Reino por decreto papal. O clima de guerra civil instala-se, mas a enfraquecida posição política de D. Sancho II condena-o ao exílio em Toledo, onde morre a 4 de Janeiro de 1248. Com a atribuição da coroa a D. Afonso, este dedica-se a repor a ordem e a justiça perdidas.

Reposta a autoridade real, procede-se à conquista do Algarve (1249-1250), embora a definição final das fronteiras apenas suceda após a resolução de intenso conflito diplomático com Afonso X de Castela, questão que D. Afonso III sabe gerir proveitosamente.

A reorganização politica e administrativa de Portugal ocupa então o novo Rei, que convoca as Cortes de Leiria em 1254, as primeiras a incluir representantes municipais. Com vista à consolidação das finanças do Reino e do fortalecimento do poder real, D. Afonso determina a reestruturação da moeda e conduz as Inquirições Gerais de 1258.

Segundo Joaquim Veríssimo Serrão, D. Afonso III foi o primeiro rei português a ter uma ideia avançada da administração municipal, ao procurar criar “centros de vida autónoma para o surto do Estado Português.” (História de Portugal, Vol I., p. 146)


D. Afonso III e o Mosteiro de Alcobaça

A Abadia de Alcobaça, tendo sido um dos dois grandes centros de disseminação do conhecimento no Portugal medieval (sendo o outro o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra), conheceu algumas ligações com D. Afonso III. A nível administrativo, é sabido que, quando se deu a reestruturação da moeda promovida por este rei (Cortes de Coimbra, em 1261), um dos três padrões monetários realizados foi depositado em Alcobaça (os restantes ficaram ao cuidado do reposto do rei e do Mosteiro de Santa Cruz) com a promessa do prelado do Mosteiro de conservar e guardar fielmente a amostra até que o Rei resolvesse cunhá-la.

Quando faleceu, em 1279, D. Afonso III foi sepultado em S. Domingos de Benfica e só dez anos mais tarde seria trasladado para Alcobaça, dando-se cumprimento à sua disposição testamentária, em que foi destinada a soma de 3000 libras para as obras do claustro.

Na base do Retábulo da Morte de S. Bernardo, localizado na Igreja do Mosteiro de Alcobaça, encontramos a inscrição funerária moderna de D. Afonso III, gravada na parede.

Parece-nos credível a teoria que afirma a presença dos restos mortais da segunda esposa de D. Afonso III, D. Beatriz de Gusmão, e dos seus três filhos, D. Fernando, D. Sancha e D. Vicente, no Panteão Régio deste Monumento.

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