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Nicolau de Chanterene

Nicolau de Chanterene (cerca de 1470 - Lorena? / 1551 - França), foi um escultor que, entre 1517 e 1551, desenvolveu grande parte da sua obra artística em Portugal, estando presente nas mais marcantes construções artísticas da época manuelina.


A primeira referência documental a Nicolau de Chanterene em Portugal data de 1517, como responsável pela empreitada da porta axial do Mosteiro de Santa Maria de Belém. Aqui terá esculpido os episódios alusivos à Vida da Virgem (Anunciação, Natividade e Epifania), bem como os retratos régios de D. Manuel I e de D. Maria.

Na década de 20 do século XVI, terá trabalhado em Óbidos na Igreja de Santa Maria e em Coimbra no Mosteiro de Santa Cruz. Aqui, terá sido responsável pelos jacentes dos túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I, trabalhos em pedra de Ançã. Neste mosteiro, terá ainda sido o autor de um magnífico púlpito e de uma série de baixos-relevos relativos à Paixão de Cristo.

Na sua passagem por Tentúgal, no Mosteiro de São Marcos, Chanterene esculpiu um retábulo com a “Lamentação de Cristo” ao centro, ladeado pelas figuras dos dois doadores (Aires Gomes da Silva e D. Guiomar de Castro). Este conjunto foi rematado ao fundo por vários nichos com episódios da vida de São Jerónimo.

Depois de breve passagem por Saragoça (1527/1528), terá regressado ao trabalho a Portugal, desta feita para a Ordem de São Jerónimo, em 1528, na construção de um retábulo em alabastro para a Igreja Conventual da Pena, em Sintra. Esta admirável obra, terminada em 1534, foi dedicada ao Infante D. Manuel, filho do rei D. João III.

Em Évora, terá trabalhado em conjunto com Miguel de Arruda, entre 1536 e 1540, e, possivelmente, num conjunto de obras e na projecção do Convento da Graça, em 1542.


Nicolau de Chanterene e o Mosteiro de Alcobaça 

O grande escultor da renascença activo em Portugal na primeira metade do século XVI ficou associado ao Mosteiro de Alcobaça sobretudo pela “Virgem do Claustro”, escultura que hoje encontramos no Claustro de D. Dinis, na Galeria da Leitura. Esta, datável do século XVI e esculpida em pedra policromada, mede 1,73 m, e representa a Virgem com o Menino. Encontra-se num altar no centro da referida Galeria, no local outrora destinado ao assento do abade.

Segundo alguns autores, à passagem de Chanterene por Alcobaça deve-se a decoração dos capitéis dos arcos do Claustro de D. Dinis.  

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