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D. Afonso Henriques (n. possivelmente em 1109, m. em Coimbra a 6 de Dezembro de 1185), primeiro Rei de Portugal e fundador da Dinastia Afonsina, cognominado O Conquistador devido aos empreendimentos guerreiros que moldaram o Reino de Portugal e garantiram a sua independência do Reino de Leão no Tratado de Zamora em 1143.
Em 1112, ano da morte do Conde D. Henrique, o Condado Portucalense beneficiava já de uma sólida autonomia. D. Teresa, ao assumir o Governo, procurou reforçar estas condições, embora a influência galega, através de Fernando Peres de Trava, desagradasse aos sentimentos independentistas da Nobreza do Condado Portucalense. A oposição de D. Afonso Henriques a sua mãe, em 1120, é consequência desta tendência de bipartidarização.
Em 1125, o jovem D. Afonso, na Sé de Zamora, arma-se cavaleiro pelas suas próprias mãos. Três anos mais tarde, é travada a Batalha de S. Mamede, que culmina com a derrota do partido de D. Teresa, consagrando-se assim a autoridade de D. Afonso.
Resolvida a guerra civil, D. Afonso Henriques inicia a disputa de soberania com Afonso VII de Leão, bem como uma série de contendas com os muçulmanos que culmina na chamada Batalha de Ourique (cuja localização é controversa) em 25 de Julho de 1139. Tradicionalmente, diz-se que este momento terá sido também o da aclamação de D. Afonso como Rei.
Em troca da protecção pontifícia, Afonso Henriques torna-se tributário da Santa Sé em 1143, ano em que é reconhecida a Independência de Portugal no tratado de Zamora.
Resolvida a contenda com Afonso VII, Afonso Henriques volta-se a sul com o intuito de expandir os seus domínio. Assim, o ano de 1147 assinala a tomada de Santarém (15 de Março) e a de Lisboa (rendição a 23 de Outubro).
Durante as duas décadas seguintes dilatam-se os limites de Portugal até territórios além do Guadiana, consagrando-se assim o poder político e militar de D. Afonso Henriques. No entanto, uma grande ofensiva almóada recolocaria os limites do Reino de Portugal na linha do Tejo em finais do seu reinado.
Em 1179, o Papa Alexandre III concede finalmente o título de Rei a D. Afonso através da Bula Manifestis Probatum, legitimando assim a independência de Portugal e o direito sucessório.
D. Afonso Henriques e Alcobaça
Envolta numa aura mística, a história do Mosteiro de Alcobaça combina factos e lendas que se entrelaçam com a própria Fundação do Reino de Portugal. Artisticamente representada num conjunto de painéis em azulejo barroco na Sala dos Reis do Mosteiro, essa história inicia-se nas vésperas da tomada de Santarém (1147), momento em que D. Afonso terá prometido erigir, em caso de sucesso da sua empresa, um mosteiro em honra de Santa Maria.
Independentemente das lendas, facto é que D. Afonso Henriques, a 8 de Abril de 1153, doa a Bernardo de Claraval e à Ordem de Cister um vasto território de 44 mil hectares. Se, por um lado, era necessário ocupar e povoar os territórios recém-conquistados, por outro era também necessário favorecer religiosamente a causa do auto-proclamado Rei de Portugal. O Abade de Claraval, segundo Herculano, era uma das figuras mais eminentes da sua época, sendo extremamente popular e ainda altamente influente em matérias públicas, especialmente aquelas ligadas à Religião. Compreende-se assim o simbolismo da doação no contexto da política de consolidação da Independência de Portugal por D. Afonso Henriques.
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