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D. Afonso II (n. em Coimbra a 23 de Abril de 1185, m. a 25 de Março de 1223), terceiro Rei de Portugal, neto de D. Afonso Henriques, cognominado O Gordo. Sem carácter belicista, ficou conhecido pela sua actividade legisladora e centralizadora, procurando aumentar o poder real e consolidar os recursos da Coroa.
Corpulento e de frágil saúde, D. Afonso II sobe ao trono em 1211 mas, apesar de ser neto de D. Afonso Henriques e filho de D. Sancho I (monarcas de grande apetência militar), cresce numa época de paz relativa. Perante estas condicionantes, o ardor bélico não lhe corre nas veias e vê-se afastado da realização de grandes feitos guerreiros, muito embora as crónicas associem os seu exércitos à vitória na célebre batalha de Navas de Tolosa e à árdua reconquista de Alcácer do Sal.
Na verdade, o reinado de D. Afonso II é essencialmente pautado pelas disputas internas em nome da centralização do poder real, em particular contra as suas irmãs e também contra a Igreja, que usufruía de privilégios concedidos por D. Afonso Henriques (por necessidade de reconhecimento pontifício da independência de Portugal) que se haviam tornado num peso excessivo para as finanças do Reino. As contendas com a Santa Sé, inclusivamente, levaram à sua excomunhão.
O seu curto reinado de 12 anos deixou, no entanto, um marco na história da administração pública, com a realização das Inquirições Gerais, cujo objectivo era verificar a legitimidade da doações, e das Confirmações, para conservar a posse das terras.
D. Afonso II e Alcobaça
Em vida, D. Afonso II concedeu grande favor à Abadia de Alcobaça por contraponto aos seus antecessores, que o tinham feito em relação ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Aos monges de Cister, o monarca concedeu a larga soma de 2000 maravedis.
A confirmar esta relação, no braço sul do Transepto da Igreja do Mosteiro de Alcobaça encontramos a inscrição funerária de D. Afonso II. Esta, gravada num sarcófago de calcário que se encontra actualmente vazio, carece qualquer sinal de sumptuosidade, característica da sua época.
Segundo o Livro de Óbitos de Santa Cruz de Coimbra, D. Afonso II terá falecido em Março de 1223, permanecendo o seu corpo cerca de dez anos em Coimbra. Findo este período, foi trasladado para Alcobaça, onde recebeu sepultura definitiva, cumprindo disposições testamentárias do próprio, datadas de 1221. Também a arca tumular de sua esposa D. Urraca de Castela se encontra no Panteão Régio deste Monumento.
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