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O Conjunto Monumental

O conjunto monumental do Mosteiro de Alcobaça constitui um dos mais notáveis e bem conservados exemplos da arquitectura e filosofia espacial Cisterciense.

Alcobaça foi a última fundação em vida de São Bernardo e o primeiro monumento integralmente gótico do país. A Abadia foi fundada em 1153, por doação de D. Afonso Henriques a São Bernardo de Claraval. 

As obras de construção do actual edifício só se iniciaram por volta de 1178,  arrastando-se por várias décadas, em consonância com as dimensões absolutamente excepcionais do monumento.

Em 1223, os religiosos ocuparam as instalações já construídas, seguindo um programa bipartido entre a oração e o trabalho manual - "Ora et Labora".

O local escolhido, com elevado potencial agrícola, correspondia à política cisterciense de desenvolvimento agrário. Construiu-se uma levada (desvio da água proveniente do Rio Alcoa) e procedeu-se à captação de água potável:  sistema hidráulico que impressiona pelas soluções técnicas adoptadas. Todo o território envolvente foi polvilhado de granjas, vinhas, pomares e pântanos reconvertidos em terrenos aráveis pela prática do arroteamento.

A igreja, com 100 metros de comprimento, representa o maior espaço religioso gótico existente no país.

A sua planta, em forma de cruz latina, contempla um Deambulatório que integra nove capelas radiantes.

A verticalidade acentuada (mais de vinte metros de altura) confere-lhe uma beleza ímpar.

De salientar a adopção de arcobotantes no exterior da capela-mor.

O transepto deste templo acolhe actualmente os Túmulos de D. Pedro e D. Inês.

As dependências medievais constituídas pela Sala do Capítulo, o Refeitório, a Sala dos Monges e o Dormitório foram edificados nos séculos XIII e XIV. D. Dinis mandou construir o Claustro do Silêncio, o maior claustro medieval português.

Com D. Manuel, o Mosteiro é alvo de um novo ímpeto: o monarca manda construir a Sacristia Nova, o primeiro piso do Claustro de D. Dinis (Sobreclaustro), um novo cadeiral para a Igreja e uma Livraria cuja localização não se conhece. Deste vasto programa de intervenções, apenas resta o Atrium da Sacristia e o Sobreclaustro.

A cozinha, totalmente revestida de azulejos, data de 1752. Destacamos a sua imponente chaminé que assenta em oito colunas de ferro forjado bem como o tanque com água corrente proveniente da "Levada", testemunho da genialidade dos monges de Cister no que concerne à engenharia hidráulica.

A monumentalidade, beleza e despojamento desta abadia, lograram, por parte da Unesco, a classificação de Património da Humanidade em 1989.    

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